A fascite plantar é uma das causas mais comuns da dor no calcanhar. Nos Estados Unidos, representa mais de 1 milhão de visitas por ano tanto a médicos de cuidados primários como a especialistas em pés. Neste artigo, apresentaremos as atuais recomendações, baseadas em evidência científica, no que diz respeito aos recursos naturais, a fim de orientar melhor quem sofre desta cansativa condição.
Contents
- 1 O que é a fascite plantar?
- 2 Por que é que a fascite plantar ocorre?
- 3 Tratamento da fascite plantar.
- 4 Exercícios de alongamento para a fascite plantar.
- 5 Défice de vitamina D e fascite plantar.
- 6 Conclusões sobre fascite plantar.
- 7 Código de desconto 20%
- 8 Redigido por Antonio Valenzuela
- 9 Referências:
O que é a fascite plantar?
A fáscia plantar é uma aponeurose fibrosa espessa, que tem origem no tubérculo do calcâneo medial e ajuda a suportar o arco do pé. Quando este tecido fica inflamado, por várias razões que vamos explicar no artigo, dá lugar a um quadro doloroso na planta do pé, conhecido como fascite plantar.
A fascite plantar é a causa mais comum de dor no calcanhar em adultos. A sua sintomatologia clássica inclui dor na região inferior do calcanhar que, muitas vezes, se estende a toda a planta do pé e dificuldade em andar. Os pacientes têm, frequentemente, dores, particularmente severas nos primeiros passos da manhã ou após um período de repouso, como sentar-se ou deitar-se. A dor costuma melhorar com o movimento (quando “aquecemos a área”) e piora com os períodos prolongados em pé, parados.
- No exame físico costuma detetar-se dor, através da palpação no tubérculo do calcanhar e desconforto com a dorsiflexão passiva no primeiro dedo do pé.
Por que é que a fascite plantar ocorre?
A fascite plantar afeta tanto as pessoas sedentárias como atléticas e acredita-se ser o resultado de uma sobrecarga crónica, seja pelo estilo de vida ou pelo exercício. Quando se torna crónica, a fascite plantar, pode minar a qualidade de vida do paciente, limitando a atividade física, gerando, inclusive, o isolamento social.
- Pensa-se que a sobrecarga de tração repetitiva, por estar de pé por longos períodos de tempo ou correr, provoca alterações inflamatórias nos tecidos da planta do pé, que podem tornar-se crónicas.
Existem vários fatores de risco envolvidos no desenvolvimento da fascite plantar. Para fins práticos, poderíamos dividi-los entre anatómicos e ambientais
Fatores de risco anatómicos:
- Obesidade
- Má passada (Pé plano, cavo, sobreposição, etc.).
- Tendão de Aquiles encurtado
- Dorsiflexão limitada no tornozelo.
- Debilidade da musculatura da planta do pé.
Ambientais
- Calçado inadequado.
- Caminhar sobre superfícies duras
- Passar muito tempo em pé, parado.
- Não realizar alongamentos.
- Má técnica de corrida.
- Os estudos mostram como a combinação de uma limitação na dorsiflexão do tornozelo, acompanhada pelo excesso de tensão dos músculos da barriga da perna, é um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento da fascite plantar.
Tratamento da fascite plantar.
Embora existam métodos cirúrgicos para o tratamento da fasciite plantar, a cirurgia pode ter múltiplas complicações residuais, tais como, dor, deformação do pé plano, dano do nervo calcaneal medial e cicatriz plantar dolorosa. É por isso que o tratamento não cirúrgico é sempre a primeira escolha.
Outros tratamentos médicos utilizados para a fascite plantar incluem medicação anti-inflamatória e infiltrações de corticoides, toxina botulínica e injeções de plasma rico em plaquetas.
Por vezes, é necessário utilizar modelos podológicos personalizados, para corrigir possíveis anomalias estruturais do pé.
Embora, todos os tratamentos acima referidos, possam ter a sua relevância, o protagonista absoluto na gestão da fascite plantar é a fisioterapia. Ainda que a fisioterapia englobe o uso de tecnologias modernas como ondas de choque extracorpóreas, ultrassom ou iontoforese para reduzir a inflamação e a dor. Os estudos mostram como os exercícios de alongamento são o tratamento mais eficaz na fascite.
Além de revelar-se como a solução mais eficaz, melhorando não só a dor, mas também a deterioração funcional geral do pé e do tornozelo, sem dúvida que é a mais segura, a mais simples e económica. Uma vez que o paciente é instruído nos alongamentos, pode praticá-los por sua conta em qualquer lugar
Exercícios de alongamento para a fascite plantar.
A rigidez dos músculos da barriga da perna é a principal causa de alteração biomecânica na fascite plantar, uma vez que leva a um aumento da força de tração sobre a fáscia plantar, durante a fase de apoio na marcha.
Ao longo da literatura revista, o alongamento específico dos músculos dos gémeos (gastrocnémio e sóleo) teve os melhores resultados, a longo prazo, estatisticamente significativos
Abaixo vamos mostrar alguns dos alongamentos mais utilizados e apoiados pela evidência, e que os pacientes podem fazer em casa, para o tratamento da fascite plantar.
Os exercícios consistem no alongamento do gastrocnémio, sóleo e fáscia plantar. A duração de cada exercício de alongamento é de 20 a 30 segundos, descansando entre exercícios durante 10 segundos e repetindo cada exercício durante 10 séries. O tempo total para o exercício é de cerca de 20 minutos por dia, 5 dias por semana.
1º. Alongamento dos gémeos e da fáscia plantar com uma toalha.
Realizamos o alongamento sentados, colocando uma toalha sob a superfície da parte dianteira do pé. Segurando as pontas da toalha com as mãos, vamos puxá-las na nossa direção, mantendo o joelho esticado.
Perm J . 2014; 18 (1): e105-e107
2º. Alongamento dos gémeos num degrau.
Coloque os dois pés numa plataforma, um degrau, ou no rebordo de um passeio. Apoie apenas as pontas, deixando o resto do pé no ar. O alongamento consiste em deixar que os calcanhares baixem com o peso do corpo, mantendo as pernas relaxadas.
Ortho & Rheum Open Access 2018;11(2): 555810
3º. Alongamento manual da fáscia plantar com massagem de fricção cruzada.
Alongue com uma mão a fáscia plantar enquanto massaja a fáscia plantar, de forma transversal, com os dedos indicador e médio da outra mão. Procure pontos dolorosos e concentre-se neles.
Perm J . 2014; 18 (1): e105-e107
4º Automassagem da fáscia plantar com lata ou bola.
Role a bola ou uma lata sobre a fáscia plantar, exercendo alguma pressão para massajar todas as estruturas. O ideal é que o façamos sobre uma superfície antiderrapante, como uma toalha
Recomenda-se realizar o exercício ao final do dia, durante 1 minuto, 3 vezes, com 30 segundos de intervalo entre elas.
Perm J . 2014; 18 (1): e105-e107
Défice de vitamina D e fascite plantar.
Embora o desenvolvimento da fasciite plantar possa ser explicado por causas biomecânicas, nenhum outro aspeto deve ser negligenciado.
Alguns estudos têm mostrado como os pacientes com osteomalacia nutricional têm sintomas e sinais de fascite plantar.
A osteomalacia é uma disfunção óssea, caracterizada por uma alteração da mineralização óssea, levando ao amolecimento do osso. A osteomalacia ocorre, frequentemente, devido à falta de vitamina D, a qual ajuda o corpo a absorver o cálcio necessário, para manter a força e a dureza dos ossos.
Quando se dá a descalcificação do calcâneo (osso do calcanhar), a sua capacidade de absorver impactos diminui, o que faz com que possa inflamar mais facilmente.
Devemos suspeitar do défice de vitamina D, quando a pessoa sofre de várias condições músculo-esqueléticas ao longo do tempo (por exemplo, fascite plantar, dor na anca, dor nas costas e dor no joelho), e quando estas se manifestam de forma bilateral e, muitas vezes, sem uma causa aparente.
Conclusões sobre fascite plantar.
Embora a fascite plantar seja a causa mais comum da dor no calcanhar em adultos, quando é realizada uma abordagem correta, costuma ter um bom prognóstico, sendo muito poucos os casos nos quais se deve recorrer à cirurgia.
Os estudos mostram como um programa de exercícios de alongamentos feitos em casa, é uma solução eficaz para reduzir a dor, melhorando a força dos músculos do pé, tanto os extrínsecos como os intrínsecos, nos pacientes com fascite plantar.
Nos casos mais persistentes, a fisioterapia e a podologia podem ser necessárias.
Por último, dada a evidência a este respeito, deve ser tida em conta a possível falta de vitamina D, ao abordar o tratamento da fascite plantar.
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Redigido por Antonio Valenzuela
Antonio Valenzuela é fisioterapeuta especialista em psiconeuroimunologia clinica, fitoterapia e nutrição.
Antonio é professor, conferencista e divulgador sobre um estilo de vida saudável. Colabora com o Green Club aportando informação profissional, atual e comprovada sobre diversos temas relacionados com a saúde e o bem-estar.
A informação contida nesta página web tem um caracter meramente informativo e não deve substituir as recomendações dos profissionais de saúde.
Tem alguma pergunta? Não hesite em contactar-nos, o nosso grupo de profissionais está à sua disposição
Referências:
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